Um conto de liberdade
7 de dez. de 2012 |
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“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-la.” Françoise Voltaire
Era uma vez um garotinho que, sem querer, ficou famoso. Hollywood, de repente, era o lugar que podia chamar de “casa”. Talentoso, não demorou muito para ganhar dinheiro com a fama, e não havia nada ao alcance de sua imaginação que não pudesse alcançar com as mãos. Seus pezinhos logo se acostumaram aos tapetes vermelhos e ao glamour das luxuosas festas das celebridades.
O tempo passou e o garotinho cresceu. Os aplausos e as dezenas de guitarras empoeiradas no quarto não mais preenchiam seu tempo e seu coração. Em casa, seus pais viviam um inferno, e tudo o que ele queira era ficar longe de lá. Tornou-se amigo do álcool. Depois do tabaco. Maconha. E, por fim, cocaína. Na rua, o menino prodígio do show business não era mais reconhecido pelas pessoas. E quando era, preferia que fosse invisível. Percebia a repulsa naqueles olhares, e quase podia ler seus pensamentos: “Como ele chegou a esse ponto?”
Seu nome? Macaulay Culkin. Mas, com as devidas adaptações, esta poderia ser a história de Lindsay (Lohan), Amy (Winehouse), Britney (Spears), Heath (Ledger), Haley (Joel Osment), e tantos outros jovens talentos que não sobreviveram à televisão ou ao cinema.
Acontece que, entre tantos roteiros trágicos e previsíveis, um ator “atrevido”, aos 19 anos, abandonou os scripts tradicionais e resolveu criar seu próprio texto. Antevendo o que o destino lhe reservava, decidiu mudar a rota do show. “Ficou louco! Está sendo manipulado por uma igreja em busca de sua fortuna!”, é o que estão dizendo dele por aí. “Porque, certo mesmo, seria acabar-se como todos os seus iguais e morrer jovem, só para deixar um breve registro biográfico na Wikipedia, que, daqui a alguns dias, ninguém vai ler”, é o que eu vejo nas entrelinhas desse discurso dos “livres da religião”.